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1. Paulo Portas
Sobrinho-neto do famoso aviador Sacadura Cabral.
Tornou-se relativamente conhecido ainda como adolescente quando escreveu um artigo denominado "Três Traições", publicado num jornal semanal, que atacava Ramalho Eanes, Freitas do Amaral e Mário Soares, a propósito da política de descolonização após a queda do Estado Novo em 1974.
Após Portas ter assumido a pasta da Defesa, no XV Governo Constitucional, surgiram indícios que supostamente o implicariam no "Escândalo Moderna". Apesar dos rumores, o então Primeiro-Ministro nunca lhe retirou a confiança política, ficando entretanto provado que nenhum crime lhe era imputável.
Em 2002, enquanto ministro da Defesa, destacou-se no caso do derrame do petroleiro Prestige ao impedir o mesmo de entrar em águas territoriais portuguesas com utilização de navios de guerra.
Nas mesmas funções, em 2004, impediu com navios de guerra a entrada em águas territoriais portuguesas do navio holandês da organização pro-aborto Women on Waves, que pretendia embarcar mulheres para as levar para águas internacionais onde executaria abortos.
Destacou-se ainda por fazer aprovar legislação a reconhecer o esforço dos combatentes da Guerra do Ultramar, instaurando benefícios em contagem do tempo de reforma, a atribuição de um complemento especial aos veteranos já reformados, e celebrando um protocolo com a Liga dos Combatentes tendo em vista recuperar talhões e cemitérios nas antigas colónias onde ficaram sepultados milhares de combatentes.
Foi o primeiro Ministro da Defesa a estar presente em cerimónias associadas com a Guerra do Ultramar.
Em 2005 recebeu o prémio "Distinguished Public Service Award" do Departamento de Defesa dos Estados Unidos da América pela sua liderança e serviço enquanto ministro da Defesa. Citando a atribuíção do prémio:
Sob a liderança de Portas, Portugal criou forças de intervenção modernas que jogaram papeis importantes na estabilização do Afeganistão e Iraque, e no suporte de missões de paz na Bósnia, Kosovo, Timor Leste e em África.
Em 2011 volta a assumir um cargo de governação, desta feita como Ministro de Estado e Negócios Estrangeiros do XIX Governo Constitucional.
2. Dados Biográficos
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Nome completo: |
Paulo Sacadura Cabral Portas |
Data de nascimento: |
12 de Setembro de 1962 |
|
Lugar de nascimento: |
Lisboa |
2.1. Habilitações
Ano |
Escola |
Observações |
???? |
Universidade Católica Portuguesa |
Licenciatura em Direito |
2.2. Experiência/Percurso Profissional
Início |
Fim |
Local |
Função |
1975 |
1982 |
JSD |
Militante |
1979 |
1982 |
PSD |
Militante |
1988 |
1995 |
Jornal "Independente" |
Co-Fundador e Director |
1995 |
1996 |
Assembleia da República |
Deputado |
1996 |
1996 |
Universidade Moderna de Lisboa |
Leccionou a disciplina de História das Ideias Políticas |
1997 |
???? |
Universidade Moderna de Lisboa |
Primeiro director e responsável pela criação de um centro de sondagens |
1997 |
2005 |
CDS-PP |
Presidente |
1997 |
2001 |
Assembleia Municipal de Oliveira de Azeméis |
Deputado |
1999 |
1999 |
Parlamento Europeu |
Deputado |
1999 |
2002 |
Assembleia da República |
Deputado |
2002 |
2004 |
XV Governo Constitucional |
Ministro de Estado e da Defesa Nacional |
2004 |
2005 |
XVI Governo Constitucional |
Ministro de Estado, da Defesa Nacional e dos Assuntos do Mar |
2005 |
Presente |
Assembleia da República |
Deputado |
2007 |
Presente |
CDS-PP |
Presidente |
2011 |
2013 |
XIX Governo Constitucional |
Ministro de Estado e Negócios Estrangeiros |
2013 |
Presente |
XIX Governo Constitucional |
Vice-Primeiro Ministro |
2.3. Fontes
3. Dossiers e Artigos
3.1. O Caso das Cópias
Antes de abandonar o cargo de Ministro de Estado e Ministro da Defesa Nacional e dos Assuntos do Mar no XVI Governo Constitucional Paulo Portas mandou copiar cerca de 60000 páginas de documentos:
Portas mandou copiar 60 mil páginas 'pessoais'
- Data: 2007.11.11
- Fonte: DN
- Autor: Redacção
Uma factura revela que Paulo Portas digitalizou 61 893 páginas de documentos enquanto foi ministro da Defesa. O semanário Expresso, que consultou o processo Portucale, cita funcionários da empresa de digitalização que afirmam terem visto nos documentos expressões como "Confidencial", "NATO", "Submarinos", "ONU" e "Iraque". Mas Paulo Portas nunca foi ouvido nos autos do processo Portucale, nem como arguido nem como testemunha.
Esta informação foi confirmada pelo próprio Paulo Portas:
CDS: Portas confirma ter tirado cópias de documentos mas nega que fossem questões reservadas
- Data: 2007.11.11
- Fonte: JN
- Autor: Lusa
Golegã, Santarém, 11 Nov (Lusa) - O líder do CDS, Paulo Portas, confirmou hoje na Golegã ter copiado documentos do Ministério mas negou que se tratassem de questões reservadas ou secretas.
Tanto quanto conseguimos apurar, não houve investigação sobre esta transferência de informação, nem quaisquer consequências resultaram destes factos.
3.2. A demissão irrevogável
Enquanto ministro do XIX Governo Constitucional Paulo Portas apresentou a sua demissão irrevogável com o seguinte comunicado:
Comunicado
- Apresentei hoje de manhã a minha demissão do Governo ao Primeiro-Ministro.
- Com a apresentação do pedido de demissão, que é irrevogável, obedeço à minha consciência e mais não posso fazer.
- São conhecidas as diferenças políticas que tive com o Ministro das Finanças. A sua decisão pessoal de sair permitia abrir um ciclo político e económico diferente. A escolha feita pelo Primeiro-Ministro teria, por isso, de ser especialmente cuidadosa e consensual.
- O Primeiro-Ministro entendeu seguir o caminho da mera continuidade no Ministério das Finanças. Respeito mas discordo.
- Expressei, atempadamente, este ponto de vista ao Primeiro-Ministro que, ainda assim, confirmou a sua escolha. Em consequência, e tendo em atenção a importância decisiva do Ministério das Finanças, ficar no Governo seria um acto de dissimulação. Não é politicamente sustentável, nem é pessoalmente exigível.
- Ao longo destes dois anos protegi até ao limite das minhas forças o valor da estabilidade. Porém, a forma como, reiteradamente, as decisões são tomadas no Governo torna, efectivamente, dispensável o meu contributo.
- Agradeço a todos os meus colaboradores no Ministério dos Negócios Estrangeiros a sua ajuda inestimável que não esquecerei. Agradeço aos meus colegas de Governo, sem distinção partidária, toda a amizade e cooperação.
Paulo Portas
Lisboa, 2 de Julho de 2013
No entanto o significado de "irrevogável" é diferente em política. Após negociações com Pedro Passos Coelho, das quais resultou um aumento de poder para Paulo Portas, dá-se uma remodelação do governo e Portas passa a Vice-Primeiro Ministro.
3.3. Do parlamento para a Mota-Engil
Em Junho de 2016 fica-se a saber que Paulo Portas conseguiu um emprego na Mota-Engil:
Paulo Portas é o novo Jorge Coelho. Do governo para a Mota-Engil
- Data: 2016.06.07
- Fonte: I-Online
- Autor: Jornal I
Coelho esperou sete anos, Portas sete meses. A Mota-Engil recruta o autoproclamado “Oliveira da Figueira” Paulo Portas vai ser o novo Jorge Coelho do país. Tal como o antigo ministro das Obras Públicas de António Guterres, também o ex-vice-primeiro-ministro transita do governo da nação para um cargo numa das maiores construtoras nacionais. A diferença é que Jorge Coelho esperou sete anos, desde a sua demissão do governo Guterres, na sequência da queda da ponte de Entre-os-Rios, para chegar à Mota-Engil.
3.4. Portas é contratado como consultor da PEMEX
A PEMEX (Petróleos Mexicanos) contratou Paulo Portas como consultor:
Petrolífera estatal do México contrata Paulo Portas
- Data: 2016.08.07
- Fonte: Dinheiro Vivo
- Autor: Luís Reis Ribeiro
Paulo Portas visitou o México duas vezes enquanto governante e "deu grande relevância aos projetos da Mota-Engil" nesse país latino americano. Paulo Portas, o antigo vice-primeiro-ministro de Portugal vai ter um cargo de “consultor” na maior empresa petrolífera do México, a Pemex, avança o jornal espanhol El Diario. O centrista também já é “conselheiro” da construtora civil portuguesa, Mota Engil. A companhia estatal tem interesses em vários países do mundo.
É referido na imprensa que a Galp tem um acordo com a PEMEX:
Empresa que contratou Portas tem acordo “confidencial” com a Galp
- Data: 2016.08.08
- Fonte: I-Online
- Autor: Margarida Davim
Paulo Portas é, desde julho, conselheiro para a empresa petrolífera estatal mexicana Pemex. A notícia foi avançada pelo jornal espanhol El Diário, que revela que a Pemex tem desde 2014 um memorando de entendimento classificado como “confidencial”. O El Diário cita fonte uma oficial da empresa que confirma a existência do acordo, explicando que está “relacionado com o intercâmbio de informação e/ou o desenvolvimento de projetos” entre a Pemex e a Galp. A mesma fonte diz que o conteúdo do acordo é “confidencial” e que só poderá ser tornado público em 2026.
4. Ficheiros anexados a esta página
5. Comentários
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